R e i n v e n ç ã o
Cecília Meireles
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A vida só é possível
reinventada.
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Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
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pelas águas, pelas folhas…
Ah! tudo bolhas
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que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo… – mais nada.
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.Mas a vida, a vida, a vida,
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a vida só é possível
reinventada.
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Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
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Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
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Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
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Não te encontro, não te alcanço…
Só – no tempo equilibrada,
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desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
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Só – na treva,
fico: recebida e dada.
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Porque a vida,
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a vida,
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a vida,
a vida só é possível
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reinventada.
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***
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O cerimonial realizado por monges budistas, de paciente e laboriosa construção de mandalas com areias coloridas, destruição pelo vento e descarte final em água corrente, faz parte de um ritual tibetano que reflete sobre a impermanência na vida.
Este, especificamente, aconteceu na cidade do Panamá entre os dias 16 e 20 de janeiro de 2006.
Quem quiser acompanhar a sequência completa, registrada por getthebubbles, pode ver por aqui – em mais de 100 slides.